terça-feira, 29 de setembro de 2009

Angola corre risco de perder CAN’2010

A pesar de nada constar a propósito após as reuniões das distintas comissões da Confederação Africana de Futebol (CAF) no último fim-de-semana no Cairo (Egipto), segundo o comunicado oficial divulgado no seu site, a verdade é que Angola corre o risco de não organizar o CAN’2010, segundo deixou transparecer recentemente à mídia internacional o sul-africano Dany Jordaan.

Em declarações feitas em Joanesburgo (África do Sul), no passado dia 8 e citadas pelo matutino nigeriano Varguard, de grande circulação em Lagos, o dirigente sul-africano, que é presidente do comité organizador do «Mundial’2010», disse que o Comité Executivo (CE) da CAF iria discutir na reunião do passado fim-de-semana a possibilidade de Angola deixar de ser sede do próximo CAN.

Questionado sobre os insistentes rumores que circulam nos bastidores do «desporto-rei» africano segundo os quais a prova pode ser transferida para a África do Sul, Dany Jordaan disse apenas que «por enquanto nada há de concreto e esta é uma decisão que só deverá ser tomada quando o Comité executivo decidir se Angola está ou não em condições de organizar o evento». Fontes do Semanário Angolense no Cairo, contactadas esta sema-na por email, disseram que o CE está preocupadíssimo com a forma lenta e às vezes displicente como decorrem os preparativos para o CAN’2010.

Depois da reunião e, apesar da apresentação feita pelo director-adjunto do Comité Organizador do Campeonato Africano das Nações (COCAN), António Mangueira, persistem as dúvidas da maior parte dos membros da CE quanto à capacidade de Angola criar todas as condições para a realização de um CAN sem grandes problemas. É que, no Cairo, o segundo homem do COCAN falou, fez promessas mil e nada mostrou de tangível, como já é seu timbre, e isso deixou as pessoas desconfiadas, elas que esperavam pelo menos por um vídeo actual sobre o que está a ser feito. Por isso, nem mesmo o facto de se ter expressado correctamente em inglês e em francês convenceu a plateia.

Com isso, Angola perdeu a confiança da CAF, que antes estava super convencida de que era realmente possível que o nosso país criasse condições óptimas para a organização do CAN. De tal sorte que no CE apenas o presidente Issa Hayatou ainda tem algumas esperanças – poucas, mas as tem – de que o barco vai acostar a bom porto. Todos os restantes membros já se mostram aberta ou veladamente contra a realização do CAN em Angola. No Comité Executivo, o argelino Mohamed Raouraoua é dos que se opõe claramente à disputa do CAN em terras angolanas por entender que a realização da prova está praticamente comprometida.

Nesta «cruzada», é secundado pelo mauriciano Sekutu Patel, este um pouco mais moderado nas suas posições do que o primeiro. Como se sabe, ambos estiveram nas três missões de inspecção da CAF que vieram ao nosso país aferir o grau de cumprimento do caderno de encargos para a organização do CAN. Isso é preocupante, na medida em que Sekutu Patel é o presidente do Conselho das Federações de Futebol da África Austral (COSAFA), organismo regional onde Angola está inserida.

Em condições normais, o «número 1» dessa organização regional deveria defender o seu filiado, o que não aconteceu. Para bom entendedor… Profundamente desiludida com Angola – isto é algo que não foi dito à delegação presente no Cairo por razões éticas – a supra-estrutu-ra da CAF tem no alojamento para turistas uma das suas principais preocupações, tendo em atenção que para as delegações participantes, oficiais da CAF e jornalistas o assunto parece arrumado, segundo promessas do COCAN.

Os oficiais da CAF estão desapontados nomeadamente com a promessa do COCAN segundo a qual iriam ser construídos 23 novos hotéis nas cidades que vão acolher a prova e não as pensõezinhas – de qualidade duvidosa e a preços absurdamente altos – que amiúde são apresentadas como alternativas para suprir a carência de hospedagem. Este capítulo em particular agasta profundamente as gentes da CAF, que nos últimos anos registaram com satisfação a subida do número de torcedores estrangeiros – principalmente de países vizinhos da sede –, algo que pode vir a baixar substancialmente por conta desses problemas.


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Ponte Rio Catumbela

PONTE SOBRE O RIO CATUMBELA
(ENTRE AS CIDADES LOBITO - CATUMBELA)

A ponte de 438 metros de comprimento sobre o rio Catumbela, localizado ao sul do Lobito, foi inaugurada quinta-feira pelo presidente angolano, José Eduardo dos Santos, depois de dois anos e meio de obras avaliadas em mais de 26,1 milhões de euros.

A ponte, construida pelo consórcio português Mota-Engil e a Soares da Costa, está inserida no projecto de via rápida Benguela-Lobito, e substitui a centenária ponte metálica construída pelos Caminhos de Ferro de Benguela.

A nova ponte apresenta quatro torres de aproximadamente 48 metros de altura que suspendem, através de tirantes, dois vãos com 64 metros e um vão central sobre o rio Catumbela com 160 metros.

A ponte da Catumbela está associada a outra obra que a Mota-Engil concluiu na região.

Trata-se da duplicação da estrada entre Lobito e Benguela, que foi transformada em via rápida, o que exigiu um investimento da ordem dos 45 milhões de euros, e que passou a funcionar em pleno desde quinta-feira com a abertura ao trânsito da nova ponte.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

17 DE SETEMBRO - DIA DO HERÓI


O 17 de Setembro é, particularmente para os angolanos, uma data vivida de forma especial, porque se traduz num acontecimento, também muito especial, o nascimento de António Agostinho Neto, 17/09/1922, ou “Dia do Herói Nacional”.

Foi instituída em 1980, em memória do primeiro Presidente de Angola, aquele que em 11 de Novembro de 1975 proclamou a independência nacional, depois de longos anos de colonização portuguesa.

Trata-se de um tributo àquele que é considerado o “guia imortal da revolução angolana”, em reconhecimento à sua grande capacidade intelectual, postura de estadista, lutador, político, homem de cultura e pela sua contribuição na luta de libertação não só dos angolanos mas de outros povos.

Cedo Agostinho Neto assumiu o combate a manifestações negativas como tribalismo, regionalismo, racismo entre outros preconceitos atentatórios à unidade nacional e reconciliação dos angolanos.

“Temos sempre lutado pela unidade nacional para que todo o cidadão do nosso país, seja qual for a área geográfica que habite, qual for a sua raça ou tribo, ou a língua que fale, se sinta essencialmente um homem que contribui para o desenvolvimento desta nação (…)”, disse um dia Neto, num dos seus pronunciamentos.

Na opinião do ministro angolano dos Antigos Combatentes e Veteranos de Guerra, Pedro Van-dúnem, o poema Renúncia Impossível, por exemplo, é uma das suas obras poéticas, cuja dimensão política e cultural contém uma mensagem de salvação e indiciando caminhos para a libertação.

António Agostinho Neto nasceu a 17 de Setembro de 1922, na aldeia de Kaxicane, região de Icolo e Bengo, a cerca de 60 quilômetros de Luanda, e formou-se em medicina pela Universidade de Lisboa.

Após ter concluído o curso liceal em Luanda, Neto trabalhou nos serviços de saúde. Viria a tornar-se rapidamente uma figura proeminente do movimento cultural nacionalista que, durante os anos quarenta, conheceu uma fase de vigorosa expansão.

Pelo seu envolvimento em actividades políticas experimentou a prisão pela primeira vez em 1951, ao ser preso quando reunia assinaturas para a Conferência Mundial da Paz em Estocolmo.

A 11 de Novembro de 1975, após 14 anos de dura luta contra o colonialismo e o imperialismo, proclamou a independência nacional, objectivo pelo qual deram a vida tantos e tão dignos filhos da Pátria Angolana, tendo sido nessa altura investido no cargo de Presidente da (então) República Popular de Angola.

Agostinho Neto faleceu a 10 de Setembro de 1979 em Moscovo, ex-URSS, vítima de doença.