Informação Muito Importante. Por favor transmita-a todos seus conhecidos em Luanda.
Prezados,
Tenham muito cuidado enquanto estiverem em Angola, O departamento de Imigração (DEFA/SME) há dias vem fazendo operações em vários lugares públicos como restaurantes, áreas comerciais, armazéns e até mesmo locais residenciais. Ouvi falar sobre operações constantes no Condomínio Mulemba e até em algumas casas residenciais na Maianga. No sábado passado a DEFA fez uma operação no restaurante ALDAR.
Relato aqui o que aconteceu naquele dia. Minha esposa entrou do restaurante ALDAR para comprar pão e, como não encontrei lugar para estacionar fiquei dando voltas até receber uma chamada de minha esposa. Ao atender à chamada, ouvi apenas barulho e gente gritando ‘documento, documento’. Apressei-me de volta ao ALDAR quando vi 2 viaturas da DEFA do lado de fora do estabelecimento, e os agentes da DEFA com polícia armada no interior do restaurante, não permitindo ninguém a sair. Vi minha esposa sentada perto da porta chorando. Adentrei o restaurante e me deparei com 10 agentes da DEFA e policiais, alguns fardados, outros não, exibindo seus crachás em volta do pescoço. Um deles pediu meu passaporte e mostrei-lhe a cópia autenticada do meu passaporte e do daminha esposa. Ele me mandou sentar junto à minha esposa. Perguntei a ela o que se passava. Ela disse que depois de pagar pelo pão, dois tipos armados a empurraram pelas costas de volta ao caixa e começaram a pedir ‘documento documento’. Ela tentou me telefonar, mas um deles a empurrou dizendo: ‘você está presa, não telefone”. Então mandaram-na sentar perto da porta. Ela pressionou o último número discado, que era o meu, de maneira que ninguém pudesse ver, e o deixou ligado para que eu ouvisse. Dali há pouco, mandaram todos os funcionários do estabelecimento, inclusive o proprietário, para dentro da viatura da DEFA. Os funcionários do Aldar estavam com seus passaportes em casa, logo ali do outro lado da rua e mesmo assim foram impedidos de buscar os documentos. Então pediram à minha esposa que entrasse no carro, mas contestei dizendo que ela não poderia ir pois não havia nenhuma oficial do sexo feminino naquela equipe de operação. Imediatamente sem nada dizer, o agente da DEFA nos empurrou para dentro da viatura. Ao todo prenderam 10 funcionários do Aldar e 10 clientes (4 portugueses, 2 italianos, 2 indianos, 2 espanhóis) e levaram-nos ao escritório da DEFA. Depois veio uma pessoa dizendo que estávamos liberados para usar o telefone para providenciar a vinda de nossos passaportes originais. Dali há pouco mais 20 estrangeiros chegaram ao local, inclusive 2 empresários indianos (proprietários de 40 estabelecimentos comerciais na cidade). Alguns haviam sido pegos no Aldar e alguns em suas residências localizadas naquela mesma rua. Com a ajuda de um amigo indiano, consegui receber nossos passaportes. Após verificá-los, o oficial de DEFA cobrou-nos 24,420Kz por não estarmos de posse dos documentos originais no ato da operação. Ele reteve nossos passaportes originais e mandou-nos pagar a multa até o dia 02 de Julho no banco junto à DEFA e só assim, poderíamos receber nossos passaportes de volta.
Tudo isso começou por volta das 11 da manhã no restaurante só terminou às 5:00 da tarde na delegacia. Toda a operação foi repleta de assédio físico e moral. Isso tudo inclusive afetou muito a minha esposa emocionalmente que até agora está tomada pelo medo.
Peço a todos vocês que tenham cuidado ao circular por Luanda e que tenham sempre consigo seus passaportes originais. A cópia autenticada em cartório de nada serve quando há este tipo inspeção.
+244 923 487 580